A fisiologia do envelhecimento mostra como ocorre o declínio progressivo de todos os processos fisiológicos do corpo humano. Seu objetivo é estudar as variações e mudanças biológicas, fisiológicas e anatômicas que o ser humano sofre ao longo dos anos. O envelhecimento pode ser diferente de um indivíduo para o outro. É um processo individual que cumpre seu próprio ritmo, sendo gradativo para uns e mais rápido para outros.
Nele, há influência de muitos fatores, como carga genética, estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas. Envelhecer é um processo fisiológico natural, no entanto, é possível retardá-lo a partir de avanços proporcionados pela ciência e medicina preventiva.
Entender como o corpo humano envelhece é muito importante para todos os profissionais da área da saúde. Principalmente para aqueles que trabalham com a área de estética. Essa tentativa de retardar seus efeitos se torna ainda mais importante devido ao avanço mundial do envelhecimento populacional. Além disso, no Brasil nos últimos cinco anos, o número de idosos cresceu 18% e ultrapassou 30 milhões em 2017, conforme números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
O envelhecimento fisiológico atinge todos os seres humanos. É Caracterizado como um processo dinâmico, progressivo e irreversível. Além disso,é um processo altamente individualizado, que apresenta muitas diferenças entre os sujeitos e entre as funções associadas, tanto em nível biológico, como psicológico e sócio cultural.
Sua definição pode ser compreendida a partir de três fases:
O envelhecimento primário também é conhecido como “Envelhecimento normal ou senescência”. Atinge o organismo de forma gradual e progressiva, apresentando efeito cumulativo.
Podemos dizer que a senescência é um processo metabólico de envelhecimento ao nível celular. Para exemplificar melhor, ao longo do tempo as células que entram em senescência perdem a capacidade proliferativa após um determinado número de divisões.
O envelhecimento secundário ou patológico está ligado ao efeito das doenças e do ambiente sobre o organismo.
Pode ser reversível ou alvo de uma intervenção preventiva, por exemplo: mudanças nos hábitos de vida.
Associado a perdas físicas e cognitivas. Normalmente manifesta-se na fase adiantada da velhice. Além do mais, apresenta declínio brusco e rápido, com falhas no sistema biológico, imunológico e psicológico.
Antes de prosseguir, entenda a diferença entre senescência e senilidade.
Está associado aos processos biológicos inerentes aos organismos e são inevitavelmente involutivos. Essas transformações sofrem influencia do ambiente físico e social.
Está relacionado com alterações resultantes de traumas e doenças que ocorrem no ciclo vital.
Dentro do processo envelhecimento humano, observam-se algumas capacidades e alterações fisiológicas reduzidas.
A capacidade auditiva é reduzida a partir dos 75 anos de idade. Morfologicamente o tímpano apresenta tendência a torna-se mais espesso com a idade.
A capacidade visual fica reduzida com maior dificuldade de focar objetos próximos e de adaptação a diferentes luminosidades.
A capacidade gustativa reduzida é observada, com diminuição do paladar. Também apresenta diminuição de produção de saliva e tendência a perda dos dentes.
Dentro das alterações fisiológicas principais, também podemos destacar a diminuição da água corporal total (de 70% nas crianças para 52% no idoso), diminuição de peso e estatura, alterações na pele (manchas senis, diminuição de fibras elásticas), diminuição da força e tônus muscular, diminuição da capacidade respiratória, problemas cardiovasculares, renais, entre outros.
Essas alterações fisiológicas são cumulativas e progressivamente vão reduzindo a reserva funcional do indivíduo. Nesse sentido, há um comprometimento das capacidades de adaptações e assim o indivíduo fica mais suscetível ao desenvolvimento de doenças.
A redução funcional varia de pessoa para pessoa e de órgão para órgão.
Algumas alterações biológicas do organismo resultam naturalmente do envelhecimento normal. É considerado um envelhecimento universal e também chamado de “alteração orgânica”. Entre essas alterações podemos citar o sistema cardíaco e o respiratório.
No sistema cardíaco, há um aumento da massa cardíaca de 1 a 1,5 g/ano, entre 30 e 90 anos de idade. É um órgão que, com o envelhecimento, não apenas se atrofia, mas se hipertrofia. Resultado este, do aumento da pós-carga associada ao envelhecimento, que é decorrente do enrijecimento arterial
O miocárdio sofre degeneração muscular com substituição de células miocárdicas por tecido fibroso. Também se observa acúmulo de gordura nos átrios e septo interventricular.
Tanto no pericárdio como no endocárdio, ocorre aumento do colágeno. Modificações que são decorrentes do desgaste progressivo e da perda de elasticidade nas paredes arteriais (e sua maior rigidez). Isso provoca aumento da calcificação das artérias e propicia o desenvolvimento de arteriosclerose.
Quando não acometido por doenças, o coração de um idoso funciona tão bem quanto de um jovem. Porém, o idoso não atingirá frequência cardíaca máxima, dos tempos de juventude. Ou seja, esse coração por estar envelhecido, vai estar menos sensível a estimulações beta-adrenérgica.
Com o envelhecimento, há diminuição da função pulmonar. Sendo assim, algumas alterações estruturais no aparelho respiratório são evidentes com o envelhecimento.
A caixa torácica fica enrijecida, com diminuição da elasticidade pulmonar, pois o envelhecimento acarreta diminuição da ventilação pulmonar, redução da elasticidade dos alvéolos e subtração da capacidade vital.
Entre as principais alterações observadas, podemos citar as seguintes: redução progressiva da capacidade vital (CV) e da capacidade inspiratória (CI), aumento do volume residual (VR), redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) e fluxo expiratório forçado de 25% a 75% (FEF 25-75) da manobra de capacidade vital forçada (CVF).
A capacidade aeróbia máxima diminui com a idade na maioria das vezes. Dessa maneira, o exercício pode modificar alguns processos fisiológicos que diminuem com a idade, melhorando a eficiência cardíaca e a função pulmonar.
O sistema nervoso também sofre alterações fisiológicas. Dentre elas, podemos citar:
O nosso organismo apresenta 4 tipos de idades:
As alterações da pele no envelhecimento são contínuas e caracterizadas por modificações teciduais e celulares. O maior órgão do nosso corpo, a pele desempenha funções vitais. Assim, é responsável por proteger e regular termicamente o corpo humano.
O envelhecimento da pele é variável de um indivíduo para o outro e também é influenciada por diversos fatores.
Nós podemos acelerar ou retardar o processo de envelhecimento da nossa pele. Um grande vilão desse processo é a radiação solar, que favorece o seu aparecimento precocemente.
Para entender melhor o envelhecimento da pele humana, vamos compreender como ela funciona?
A pele é constituída por três camadas:
Epiderme
Camada mais extensa da pele. É composta por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, que produz queratina.
Essa primeira camada da pele não possui vasos sanguíneos, e os nutrientes chegam até ela por difusão a partir de vasos sanguíneos da derme.
A epiderme é constituída por várias camadas.
Alguns órgãos são anexos da epiderme, como o folículo piloso, responsável por produzir o pelo. Também temos músculo liso e terminações nervosas sensitivas associadas.
Derme
É responsável por sustentar e epiderme, e constituída por tecidos conjuntivos compostos por proteína de colágeno e fibras de elastina. Nela estão vasos linfáticos e sanguíneos, que fornecem a nutrição dentro da pele.
Encontramos na derme os vasos capilares, glândulas sebáceas e sudoríparas, nervos, receptores adicionais e músculos eretores dos pelos.
É subdividida em duas camadas, a papilar e a reticular.
→ 70% da derme são compostas por fibroblastos, célula que produz as proteínas de colágeno e elastina. O colágeno tem a função de dar força à pele, e a elastina é responsável por fornecer elasticidade à pele.
Hipoderme
Camada mais profunda da pele. Constituída por células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura fornece proteção contra traumas físicos, além de ser um depósito de calorias.
Funções da pele
Poder ser de dois tipos: intrínseco (cronológico) e extrínseco (fotoenvelhecimento).
O envelhecimento cronológico é observado com o passar do tempo. É influenciado pela genética. Sobretudo, o fotoenvelhecimento ocorre principalmente pela exposição crônica ao sol.
A pele dá proteção e regula a temperatura do corpo. É uma barreira protetora impermeável que impede a perda de líquidos e a penetração de substâncias e micro-organismos.
Também nos protege contra as radiações ultravioletas do sol e é a sede de reações imunológicas relacionadas com a defesa do organismo.
Durante o envelhecimento, todas as funções da pele decaem, deixando-a mais frágil e suscetível a agressões do meio ambiente.
Antes de mais nada, a nossa pele começa e perder água (desidratação) por volta dos 25 anos. Com isso, o desaparecimento de fibras de colágeno e proteínas acompanha esse processo.
Ao longo do tempo, a pele tende a se tornar enrugada e mais delgada. Nesse processo, há diminuição das glândulas sebáceas e sudoríparas, o que torna a pele mais seca e com adaptação as temperaturas variadas do ambiente.
Nesse período, também ocorre diminuição do número de vasos sanguíneos e da sua função imunológica, o que viabiliza as infecções. De fato, há também diminuição de folículos pilosos com consequente queda do número de pelos e cabelos.
O idoso apresenta pele mais seca e flácida, e essas alterações são decorrentes da diminuição da atividade celular. Dessa forma, as fibras de colágeno responsáveis por manter a pele suave e firme ficam mais debilitadas.
Alguns agentes externos podem acelerar o envelhecimento da pele, como: radiação solar excessiva, poluição, fumo, stress físico e mental e maus hábitos alimentares.
A utilização de produtos delicados e adequados é a melhor maneira de proporcionar limpeza e proteção da pele para obter um bom efeito hidratante e protetor, respeitando o envelhecimento e processos fisiológicos da pele.
Quando somos jovens, não gostamos de pensar que um dia envelheceremos. Com o passar do tempo, algumas alterações vão aparecendo, e saber lidar com esse processo é fundamental.
O cabelo começa a ficar grisalho, a pele apresenta algumas linhas de expressão e posteriormente as temidas rugas. Essas mudanças são tão graduais e cumulativas que em um primeiro momento não damos importância.
Por outro lado, infelizmente o dia chega quando não podemos mais ignorar a sua presença quando nos olhamos ao espelho.
Segundo os médicos geriatras Ana Paula Penaforte e Wellington Penaforte da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia “a espécie humana tem programação genética para viver 120 anos. É difícil, porém possível, chegar lá: seja comedido em todos os seus atos – evite os excessos em todas as suas atividades. Desse modo, conheça os limites adequados para TUDO que se for realizar. O “segredo” da vida saudável e feliz depende muito de andar, trabalhar, amar e cuidar-se (saúde, alimentação).”